Vi na pracinha do meu bairro uma mulher sentada
num dos bancos.
Tinha um olhar triste, meio perdido.
Por aqui, tenho reparado, tem muita gente
assim.
Não sei se é um bairro de solitários ou meu olhar
sempre procura pessoas assim.
Resolvi fazer um quadro com essa
mulher.
Fiz o esboço.A mulher no banco, um elemento ao seu lado e tinha pensado um fundo quase vazio.
Aí, meu filho mais novo (meu grilo falante) viu o
esboço:
- mãe, que linda essa mulher!
porque você não faz igual a Van Gogh, faz um fundo
cheio de flores, com muitas e muitas coisas
-hãnnn?ahh Tico, não debocha. me comparar a Van
Gogh, por favor!
- mãe, deixa que eu dirijo você. faz
assim: coloca azul aqui, verde ali e faz muitos elementos
-hãn(tédio)
É engraçado, porque ele é o meu caçula, mas o que
ele diz eu acredito.
Bom, assim, dirigida por ele, fui fazendo o tal
quadro.
Cada vez que ele vinha aqui em casa falava
assim:
- mãe, muda a cor do casaco. ahhh essas árvores
estão muito pequenas! que isso mãe? quer estragar o quadro?
Depois dessa tortura que levou um mês, terminei o
quadro.
Preciso dizer que não gostei?
Mas, hoje quando olhei a imagem dele, comecei a ter
um certo afeto.
Apesar de não ser no jeito que pensei, tem as
"pinceladas" do meu caçula
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