terça-feira, 20 de agosto de 2013

Poucas Certezas

 
 
Fui visitar meu afilhado alguns dias atrás.
Passei tarde agradável conversando com meu irmão e cunhada.
Falamos sobre a vida planos e sonhos saboreando um café fresquinho.

Minha saída foi estratégica por volta das 5 horas da tarde.
Queria pegar o metrô antes do horário enlouquecedor.
Consegui fazer isso exatamente às 5:30 na estação da Praça Saens Penna.

Logo que o metrô saiu, comecei a sentir um calor insuportável, sufocante até.
Além disso, o trem parava a cada 500 metros.
Pensei cá com meus botões: o trânsito deve está terrível mesmo, porque até aqui em baixo tem engarrafamento.

Na altura da Central, um senhor sentou ao meu lado e falou muito do calor. Do absurdo de ninguém reclamar.
Comecei a ficar nervosa.
O trem parando, o calor, o povo começando a gritar e eu lá embaixo naquele buraco.

Antes um pouquinho da estação Arco Verde, o trem quicava, o senhor reclamava, o calor aumentava, o povo gritava mais alto.

Mas o pior estava por vir, o vagão encheu de fumaça com cheiro de inseticida e aí o povo gritou e gritou muito.

Parando na estação, abriram-se as portas e eu rápida pulei para fora do vagão.
Ajudei uma senhorinha e fiquei meio segundo olhando em volta.
Uma mocinha perguntou se iam devolver o dinheiro dela. Fiquei espantada com essa preocupação quando reparei na fumaça tomando conta de todo aquele buraco. Buraco esse, calculei, ser proteção para a III Guerra Mundial.
Sim, pois nunca vi uma estação de metrô tão grande e tão profunda quanto aquela.
Minha intenção foi sair o mais rápido que conseguisse.
Andando ligeiro (me esquivando dos seguranças, que corriam e gritavam que nem baratas tontas) vi uma escada que me deu a certeza (de tão íngreme que era), vai me levar pro céu.

Passei a primeira marcha do meu pé, engatei a segunda e cheguei até a quinta num piscar de olhos.
A única coisa que pensava era sair dali.
Optei pela escada rolante. Afinal minhas pernas estavam bambas.
Graças a minha velocidade, alcancei em primeiro lugar a linha de chegada: a rua Toneleros.
Como prêmio o ar puro, o céu, a natureza.
Mas se alguém pensa que isso me satisfez engana-se.
Como já tinha engrenado a quinta marcha, aproveitei a velocidade e voei 10 quarteirões a pé sem parar até chegar em casa.
Não me perguntem o porque. Eu também não sei.

Sobrou-me dessa aventura a certeza que nos veículos de comunicação nada do que acontece no metrô é noticiado.
Meus dedinhos dos pés sofrem de profunda tristeza e câimbra quando ando rápido.
Naquele buraco da estação Arco Verde existe um mundo paralelo.

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