Nasci Ana Amelia.
Ana da minha avó materna e Amelia da avó paterna.
Descobri que a história era contada pela metade.
Meu pai um torcedor fiel do Fluminense, se aproveitou da coincidência e deu a mim o nome da mulher do goleiro Marcos.
Anna Amelia de Queiroz Carneiro de Mendonça , poetisa, tradutora e feminista carioca.
Se aventurar pela vida com esse nome pode levar a vários tropeções.
Começa, no mínimo, tendo que ser poetisa e torcedora do Fluminense.
O nome é sempre o número 1 ou 2 da lista de chamada da escola.
Dependendo do seu desempenho é um desastre.
Fazer uma bobagem e escutar pela proa um Ana Ameeeeeeeeelia, dói até a alma.
Além disso, tem aquela que era mulher de verdade. Sabia passar, lavar e cozinhar segundo Mário Lago.
Nenhuma dessas qualidades me interessavam.
Ana.
Foi assim que meu namorado me chamou pela primeira vez. É assim que me chama depois de 39 anos.
Tão mais simples. É um bilhete de ida e volta.
Ana, é assim que meus três filhos me conhecem e assim eles me apresentam.
E um deles, às vezes, me chama de moça. Diz que me escreveu.
Pelas conversas que tenho com os três, a carta foi escrita em comum acordo
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