terça-feira, 20 de agosto de 2013



A necessidade de expressão esteve sempre presente na minha vida.
Desde bem nova gostava muito de desenhar cantar e escrever.
De um modo geral contava sempre algo que tinha visto ou sentido.

A família de artistas de certa forma propiciava essas expressões.
A inibição de se deixar comparar com quantidade muito grande de pessoas talentosas e tão próximas, represou esse desejo por alguns anos. Porém, ele é tão grande que me fez passar por cima de todas as questões.
A pintura ressurgiu. Tão intensa, que hoje é difícil não realizá-la.

Pintar um quadro começa sempre com a tela vazia.
Eu não consigo ver ali, apenas um elemento. Me vem sempre um sentimento. Difícil é saber qual é.
O coração acelera, o estômago dá uma cambalhota, um calor invade o corpo. Sinto cheiros, músicas, tudo se mistura.
Uma atração imensa pelo meu canto (cavalete, tela, tintas, pincéis).
As sensações são rápidas.
Penso nas cores. Não no exato lugar onde vão ficar, mas sim como uma sinfonia executada por uma orquestra.
Cada qual está no seu lugar, mas todas se integram.
Nada disso é claro como estou dizendo nesse momento.
Foi preciso pensar um pouco.
Mas, o fato é : impossível deixar essa tela em branco!!!!

Esse processo de criação, às vezes é aflito, outras de grande excitação, outras sereno. Pode acontecer lento, com estudo de formas, geralmente num caderno qualquer.
Ou então num piscar de olhos. Rápido e totalmente pronto.

Quando sento no cavalete e começo a riscar a tela vem então a segunda etapa. Essa já com tudo fotografado em minha mente .
Ao longo da pintura (já com as tintas), algumas dificuldades vão aparecendo.
Divirto-me muito com isso.
Resolvê-las me dá grande prazer.
Não resolvê-las me aborrece.
Faz-me pensar e tentar não desistir dessa ideia / sensação / emoção. Porque um outro quadro, será outro e não esse.

Considerar um quadro pronto é um processo difícil.
Parece que falta sempre alguma coisa.
A fotografia que tenho em mente nem sempre se realiza na tela.

De um modo geral essas pinturas tomam a sua própria forma e mesmo quando não as considero prontas elas se impõem.
A imposição se dá de forma clara: não adianta mexer, riscar, mudar cores, colocar novos elementos.
Ela não melhora ou piora, apenas reina absoluta.

É preciso seguir em frente e partir para novas sensações.

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