terça-feira, 20 de agosto de 2013

3º Andar





Moro no segundo andar de um prédio de três andares.
Mudou-se para o apartamento em cima do meu, família composta por um casal e duas crianças.
Ele alemão, ela brasileira. As crianças naturalmente são uma mistura dos dois. Tem entre 7 e 9 anos.

Pra isso foi necessária uma obra que durou de janeiro a julho.
Quebram todos os ladrilhos da cozinha e dos banheiros. Derrubaram paredes. Fizeram um buraco na laje. Abriram 7 buracos de ar-refrigerado para todos os cômodos.
A marcenaria dos armários embutidos foi feita no local. Escada de ferro esmerilhada também no local.
No final da obra o chão do apartamento foi todo raspado com aquele rolo compressor acoplado a um motor.
E claro, passaram sinteco dos mais fedorentos.

Inferno na terra! Ou melhor, inferno no segundo andar.

Bom, respirei fundo na mudança deles. Enfim a barulheira iria acabar!
Que tola eu!
Minha sina está só no início.

Pra começar as crianças acham que o apartamento é um campo de futebol. Correm do quarto até a sala com pés de chumbo.
Meu lustre da sala balança qual palmeira ao vento.
Além disso os dois estudam acordeon todas as tardes.

Se alemão já é uma língua ríspida, imagine em brigas.
Pois é, assim é.
Um horror!

Não sei bem se o pai pensa que nós somos terceiro mundo e aqui pode tudo ou se é mal-educado mesmo.
Já quebraram o portão do prédio, o interfone e sacodem a toalha de mesa na janela.
Os farelos de comida voam junto com garfos esquecidos, no toldo do vizinho.

Meu marido só os chama de "os selvagens".
Sei lá, tá feia a coisa!

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